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A QUANTAS ANDA A MINHA TESE
Minha tese de doutorado tá finalmente saindo do forno, aleluia! Esta semana entreguei pro meu querido orientador um boneco com toda a primeira versão, menos a conclusão e o abstract e sua versão em português, o resumo. Mas de resto tá tudo lá, seis capítulos, dois deles imeeensos, e os cinco primeiros capítulos já revisados e corrigidos. Agora falta a conclusão, reescrever e corrigir o que precisa ser reescrito e corrigido, e defender. A defesa será em junho mesmo, se tudo der certo. E claro que o tempo vai voar até lá. E vocês estão todas convidadas(os), se aguentarem assistir a quatro horas de defesa. Vantagens: dá pra você praticar seu inglês, e é em Floripa. Mas esta semana levei dois sustos: um, ao saber que minha bolsa só vai até maio. Pensei que chegaria a junho. É que minha universidade, a UFSC, inventou que um doutorado deve durar 46 meses, não 48, como em todos os outros lugares. Mas, enfim, só me resta acatar. O outro susto foi que imprimir tudo vai sair uma nota preta. Preciso explicar: minha tese é sobre violência e o uncanny (o sinistro, o bizarro) em cinco produções de Macbeth. Como lido com três montagens teatrais e dois filmes, incluí várias fotos pra ilustrar. O meu orientador disse que eu poderia escolher entre colocar as fotos em cada capítulo, no decorrer do texto, ou num apêndice no final. Obviamente que fica muito mais fácil colocar as fotos só no final, porque aí o computador talvez não cisme em desconfigurar todo o layout a cada vez que eu abra o computador (e isso no mesmo computador, imagine em máquinas diferentes!). Mas é muito melhor pro leitor poder ler o texto e acompanhar as fotos na mesma página. Então optei pelo caminho mais difícil. E coloquei umas cem fotos, a maior parte coloridas. Até aí tudo bem, fica lindo, disfarça as deficiências do texto. Mas e na hora de imprimir o trabalho? Descobri que a impressora que compramos até que rende bem. Imprimiu umas duzentas folhas. Só que as fotos não saíram grande coisa, ficaram meio vermelhas demais. Mas faltava imprimir umas cinquenta páginas quando a tinta do cartucho acabou, e não dava tempo pra comprar outro. Portanto, deixei pra imprimir o que faltava em Floripa, na xerocadora aonde vou sempre. Tá. Sabe quanto custou pra imprimir 24 páginas em preto e branco e 27 coloridas? Cinquenta reais! A impressão da página ou a cópia colorida custa o mesmo valor, 2 reais por folha, mas como sou cliente antiga, eles deixam por R$ 1,60. Agora imagina: pra minha banca precisarei imprimir 6 teses completas (cinco pra banca, uma pra mim). Vamos dizer que 100 folhas em cada encadernação sejam coloridas. Isso dá 500 folhas. Vezes 1,60... Dá 800 reais! Fora as páginas p&b, o custo da encadernação e tal. A Dona Zeli, dona da xerocadora, me contou que semana passada uma moça foi lá imprimir sua tese e a conta ficou em 1600 reais. Dá pra acreditar? Fui perguntar pro meu orientador se as encadernações pra banca não poderiam ser feitas com impressora normal, pra não ter que torrar essa fortuna. Ele disse que sim, e que depois eu faria a tese definitiva, pronta pra deixar na biblioteca (acho que são 3 exemplares que precisam ser entregues), com impressão a laser. Mesmo assim, já tô calculando gastar mais de mil reais no total. Tipo: não dá pra comprar uma casa mobiliada com carro na garagem por esse valor?
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