Conclusões da introdução
Geral

Conclusões da introdução


Na ultima sexta-feira aconteceu uma coisa curiosa comigo. Calma, não tem nada a ver com arabes, policiais ou quedas de bicicleta. Mas antes de falar sobre o caso, uma pequena introdução - que pode durar até o ultimo paragrafo.

Sempre me perguntei como seria a minha adaptação na França, mas toda vez, antes mesmo de raciocinar e colocar os pontos positivos e negativos sobre a mesa pra analise, eu me desesperava e começava a choramingar. E a chorar. E a berrar. No entanto, pra minha surpresa, uma vez aqui, eu nunca me peguei roendo, desejando voltar, tomada pelo banzo. Inclusive, quando as pessoas me perguntam, com uma voz meio "solidaria", se eu gostaria de voltar pro Brasil, se espantam quando eu digo um espontâneo "não".

- Eh melhor aqui ou la?
- Aqui.

- Você pretende voltar?
- Pras férias.

- Você telefona muito pros seus pais?
- Eh, telefonei uma vez...

E assim por diante. E antes que vocês tirem suas conclusões, não, a França não me deixou "fria" e muito menos eu fiquei maravilhada pela "civilidade" (cof cof) francesa. Acho que as pistas pra encontrar o motivo dessa "dureza" repentina são questão de auto-sobreviência e rancor. Vamos apresentar nossos candidatos:

Questão de auto-sobrevivência: apesar de pequena, a minha cidade abriga todas as maiores felicidades que eu tive na minha vida, seja em forma de pessoas, de comidas, de bichos ou de lugares. De infeliz, João Pessoa soh tem o nome. Estar longe dela não é uma tarefa facil, por isso, não basta estar aqui, tem que estar desconectada de lah. Eu evito pensar na cidade, nas pessoas, nos cheiros, nas sensações e, na maioria das vezes, obtenho sucesso. De outra forma, minha permanência aqui seria, no minimo, impossivel.

Rancor: soh depois de sair de casa é que realmente me dei conta de que era um inferno viver dentro dela. Eu tinha consciência de que eu nunca tive, e de que eu nunca teria, o que as pessoas chamam de "lar doce lar". A convivência com meu pai era insuportavel e o sofrimento da minha mãe me consumia o figado. Eu aguentava porque aquela era a unica forma de "viver" que eu conhecia e, principalmente, porque eu nunca tive condições financeiras pra sair daquela situação. Hoje eu trabalho, não dependo de ninguém (ouviu bem, otario? ninguém!), moro com gente mentalmente saudavel e equilibrada, então... Eh, eu acho melhor morar aqui, obrigada.




- Solo
La vai. Eu e meus irmaos crescemos ouvindo, quase que diariamente, que estavamos abaixo intelectualmente das outras pessoas. Ouvindo de quem? Do nosso querido genitor. Eu sempre fui comparada à filha do gerente do banco em que ele trabalha, à filha...

- Construindo Clichês
Agora que eu escrevi a introdução, hihi, vamos à coisa curiosa que me aconteceu. Não fiquem curiosos, não é tão curioso assim. Eh tosco. Ha algumas semanas, antes mesmo de eu entrar no curso de francês, os alunos da minha turma estavam trabalhando...

- Deixa Que Digam, Que Pensem, Que Falem...
Uma vez, um conhecido de João Pessoa me perguntou, abismado, o porquê de eu ter um blog onde eu expunha toda minha vida (ele falava do Circo sem Futuro ainda). Eu não soube responder. João Pessoa é uma cidade ridiculamente pequena, mas eu sempre...

- A Décima Terceira Que Da Sorte
E, partindo pra assuntos que me deixam menos estressada... Pouco a pouco, o desespero que eu sentia aqui na França vai se dissipando. Eu sinto a mudança. Eu poderia esperar um pouco mais antes de escrever um post falando sobre os progressos que tenho...

- Obrigada!
Mme Forfait. E olhe que eu gostei dela... Hoje fui encontrar a tal da Mme Cler pra que ela me levasse até o local da minha primeira faxina como contratada da empresa dela. Longe pra caralho, fora de Lyon, num condominio enorme, com muitas arvores e...



Geral








.