Agora que eu escrevi a introdução, hihi, vamos à coisa curiosa que me aconteceu. Não fiquem curiosos, não é tão curioso assim. Eh tosco.
Ha algumas semanas, antes mesmo de eu entrar no curso de francês, os alunos da minha turma estavam trabalhando numa pesquisa sobre seus proprios paises a fim de apresenta-los durante as aulas da sexta-feira. Peguei o bonde andando, mas como o trabalho não é assim, acadêmico, fiz meu cartaz sobre o Brasil e fui convidada a abrir as apresentações na sexta passada.
No começo, fiquei um pouco nervosa e tive que me conter pra não quebrar os dedos da mão no estalar sem fim. Isso durou três minutos. Depois fiquei toda empolgadinha e sai falando sem parar sobre os portugueses, os indios, o presidente Lula, o dedinho que lhe falta, a feijoada, o Nordeste, o Real, o povo "catolico" do Brasil etc. Falei até dos filmes de pornochanchada dos anos
70. Não falei de caipirinha, nem de futebol, mas falei do carnaval! Disse que existia dois carnavais super tradicionais no Brasil: o do Rio de Janeiro e o de Olinda. Claro que eu puxei a brasa pra sardinha daquele que eu adoro! No final, depois de uns 20min de apresentação, sentei no meu lugar razoavelmente satisfeita, me perguntando quais as conclusões que as pessoas tiraram do Brasil depois do meu seminario.
Foi quando a professora se virou e disse que estava curiosa e que tinha uma ultima questão: "como é o carnaval de Olinda, o que vocês fazem?" Soltei um risinho porque pensei no quanto seria complicado descrever aquele suplicio nas ruas de Olinda como sendo bom, mas tentei resumir: "Ha muita gente por todo lugar. Eh preciso alugar seu alojamento muitos meses antes. Dai a gente sai nas ruas... E fica todo mundo por aih, dançando. A toda hora passam as bandas de fanfarra... tocando musicas de... carnaval... e... as pess... buuaaaaaaaaaaaaa!"
Sim, eu chorei!
Hahahahahaha! Eu chorei! Eu chorei muito! Minha gente, vocês não estão entendendo: eu chorei na sala de aula falando sobre o carnaval! Nossa! Eu rio toda vez que lembro dessa palhaçada, mas é porque foi muito cômico (ridiculo). Acho que eu fiquei emocionada quando lembrei do loloh. Vocês deveriam ter visto: as sete pessoas na sala pararam todas de respirar e olharam pros seus pés, completamente mudas, sem saber o que dizer. A professora saiu pra buscar agua e, quando voltou, eu ja tava rindo, morta de vergonha.
Mas uma coisa é flagrante: a ultima coisa que eu disse antes de parar de chorar (quando eu consegui dizer alguma coisa) foi "é porque aqui é muito diferente" e segurei com todas as forças a nova demanda de lagrimas. Falei por 20min do meu pais. Da musica, do cinema, de politica, das praias, mas quando lembrei do carnaval, da festa, das pessoas loucas que aquele pais tem, sim, eu chorei. Não acredito no clichezão de que os franceses são frios. Não, não são. Ja me diverti muito com os franceses que conheci, mas lembrando dos brasileiros, a diferença é do tamanho da distância que separa os paises em questão. Agora acho que ajudei a consolidar mais um clichê nesse mundo: no final das contas, acho que o pessoal da sala concluiu que brasileiro gosta mesmo é de carnaval.
Mais do que excelente, este relato da B. é didático. Parece um manual de tudo que pode ser feito de errado com uma menina de 13 anos: Nunca falei a sério disso com ninguém, nem com as várias psicólogas com quem já passei. Também não sei o que...
Um pouco depois de Portugal achar o Brasil no meio da rua. Ontem foi sete de setembro, só percebi agora. Semana passada, minha mãe foi desfilar numa parada junto às escolas. Ela faz parte de um grupo da melhor idade e de reeducação alimentar. Chegou...
Professor piscante: bom sinal Como eu disse aqui, hoje eu deveria apresentar um seminario sobre o Abbé Pierre. Na verdade, nao era bem sobre o cara, mas isso nao importa. O que também nao importa é que, como a sala é numerosa e nem todas as pessoas...
Quando Camilo fez o (feliz) intercâmbio dele na UFPB, ele disse que tinha um professor que havia feito sei-la-o-que na França e que adorava se dirigir a Camilo em sala de aula cada vez que falava sobre o pais. Camilo chamava ele de "professor-babao"....
Na ultima sexta-feira aconteceu uma coisa curiosa comigo. Calma, não tem nada a ver com arabes, policiais ou quedas de bicicleta. Mas antes de falar sobre o caso, uma pequena introdução - que pode durar até o ultimo paragrafo. Sempre me perguntei...