Geral
CRÍTICA: O OUTRO LADO DA RUA / O outro filme da rua
Como detestei o terceiro exemplar da franquia, “Harry Potter e O Prisioneiro de Chicabon”, quer dizer, acho que é Azkaban, pra mim dá tudo na mesma, não quero falar sobre ele. Só não entendo como os críticos andam dizendo ser o melhor dos três se eu achei disparado o pior. Bom, pra me recuperar do choque, fui ver seu antídoto cinematográfico, que deve ser o brasileiro “O Outro Lado da Rua”. Nada mais distante dos efeitos especiais dos bruxinhos. “O Outro” é um drama singelo, simples que dói, e infelizmente não muito convincente. É também a estréia do roteirista de “Central do Brasil”, Marcos Bernstein. E tem astros sagrados como Fernanda Montenegro e Raul Cortez no elenco. E, no entanto, algo não caiu bem. Talvez fosse o som do cinema, que me fez perder algumas falas, mas desconfio que os diálogos não se encaixavam na categoria “imperdíveis”. Tá, a história, antes de continuar: a Fernanda é uma senhora aposentada que vive em Copacabana, sozinha da vida com sua cachorrinha. Por não ter nada melhor pra fazer, ela gosta de ajudar a polícia, numa versão mais light do Charles Bronson em “Desejo de Matar”, mas sabe, o desejo é o mesmo. Um dia ela vê no prédio em frente o Raul aplicar uma injeção letal numa mulher. Chama a polícia, nada acontece, e os dois se envolvem romanticamente. Olha, só pela sinopse você já desconfia que o Raul não é um serial killer, e que ele praticou eutanásia na esposa, mas a Fernanda leva o filme inteiro pra descobrir isso. A trama é pra lá de previsível, e a culpa é do roteiro.
Mas eu fiquei pensando bastante em outras coisas durante a projeção. Por exemplo, que os velhinhos homens devem ser menos solitários que as velhinhas, até pelo fato de jogarem dominó. Sem falar que viúvo é um artigo de luxo. Pra cada viúvo deve haver dez viúvas, já que o prazo de validade dos homens é menor (e a garantia acaba logo). Me lembrei das senhoras que fizeram um auê com o fechamento dos bingos, quando reclamaram da falta de lazer. Sei não, Copacabana é um bairro cheio de idosos, não dá pro pessoal se reunir e fazer festinhas, conversar, jogar sem valer dinheiro, essas coisas? Tem mesmo que ficar tão sozinho a ponto de espiar os vizinhos (pra que serve a TV, afinal)? Outro item que ficou batucando nos meus neurônios foi quanto ao sexo na terceira idade. Será que a minha geração vai ter tantos grilos como a personagem da Fernanda? Aí o filme acabou e eu saí e minhas juntas rangeram, ó horror, só pra provar que não falta tanto até lá.
-
À Margem Da Vida
Ontem a Fernanda, no seu primeiro comentário aqui no blog, já arrasou: “Eu sempre adorei esportes e agora que meu grupo de capoeira acabou, sinto uma falta horrível. Só que eu simplesmente não consigo achar um esporte que eu possa fazer (a não...
-
Personagens Femininas Marcantes Do Cinema
- Nunca mais terei fome de novo! Como o cinema ainda é uma arte totalmente dominada pelos homens (que são a maioria absoluta entre os diretores e roteiristas), existem infinitamente mais personagens masculinos importantes que femininos. Outro dia o...
-
CrÍtica: Olga / Olga, O Clichê
Depois de passarem o trailer de “Olga” 572 vezes, pelos meus últimos cálculos, finalmente chega o filme em si. E o filme é uma decepção. Quer dizer, eu imaginava que o trailer era cheio de lugar-comum pra chamar público, mas supunha que o longa...
-
CrÍtica: Os Normais / Apagão De Ideias
Lá estava eu muito entediada vendo “Os Normais – O Filme”, quando a luz do shopping caiu e a sessão acabou. Isso na mesma semana que Floripa ficou às escuras durante uns dois dias. Em homenagem, o maridão imediatamente perguntou: “Joinville...
-
CrÍtica: Central Do Brasil / Central Emociona Em Todas As Línguas
Central do Brasil é um grande drama. Conta a história de uma "escrevedora de cartas" - uma mulher que fica na estação anotando mensagens para analfabetos - e seu relacionamento com um menino que deseja encontrar o pai. Não é um filme-arte, não...
Geral