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CRÍTICA: PROCURADAS / Procura filme catarinense? Encontrou!
Pra falar a verdade, fui ver “Procuradas” com a pior das expectativas. O tema de garotas de programa me parecia o típico pretexto pra cineasta macho mostrar mulher pelada, sabe como é. E teve a recepção do filme no Festival de Gramado. A crítica especializada falou muito mal (se bem que falou mal de todos os nacionais). Mas não é que “Procuradas” me surpreendeu? Claro que não é uma obra-prima, mas é bem-feito, nada apelativo, e não é machista nem moralista. O que não se pode dizer, por exemplo, de “Táxi”, essa atrocidade hollywoodiana com a Giselle Bundchen fazendo uma ladra de bancos. Não vi nem vou ver “Táxi”, mas tive a infelicidade de ver o trailer. Que horror, gente. E é com esses produtinhos que o cinema brasileiro deve competir.
Agora outra revelação honesta. Mesmo se “Procuradas” fosse tenebrosamente ruim, à la “Táxi”, coisa que não é, eu não picharia o filme. Porque é o segundo longa catarinense da história do cinema. O primeiro chama-se “O Preço da Ilusão”, é de 1957, e não conheço ninguém que tenha assistido. Não dá pra usar os mesmos critérios pra uma fábrica que lança 400 filmes por ano, por baixo, caso dos EUA, e pra uma produção de dois longas em um século. Só o fato d’os diretores José Frazão e Zeca Pires conseguirem lançar “Procuradas” no circuito comercial já faz deles meus heróis. Então você aqui de SC, freqüentador de cinema, faça um programa diferente. Ao invés de conferir a bomba da semana americana, vá ver a prata da casa. Não é todo dia que a gente pode ouvir personagens falando de Joinville e Blumenau e ver os belos cenários de Floripa numa telona.
Quanto ao filme em si, bom, ele é um pseudo-documentário. Tem uma jornalista, a Rita Guedes, filmando a vida nada fácil das prostitutas de luxo. Aí ela encontra uma moça procurando a irmã desaparecida, vai a fundo, recebe ameaças. Ou seja, a Rita corre risco, a irmã da possível vítima corre risco, mas e o cameraman? Sempre se esquecem dele. Uma das prostitutas sumidas é a Paula Burlamarqui, com um corpo muito esquisito, todo musculoso. A Claudia Liz faz uma ponta, e tem montes de caras conhecidas. O início do filme é um pouco demorado, tarda a engrenar, e quando uma garota diz “Minha profissão exige muita paciência”, eu logo pensei: a minha também. Mas quando “Procuradas” começa de fato ele anda bem. Só que os finais são um tanto reviravoltosos demais pro meu gosto. Mas os assuntos recorrentes do longa, sexo e dinheiro, estão bem tratados, e eu saí da sessão falando pro maridão: “Ainda bem que você não é tão obcecado por sexo a ponto de pagar uma prostituta”. Ele: “Pagar? Com dinheiro?” Eu: “É, amor, geralmente elas cobram em dinheiro. Não sei se elas iam aceitar que você pagasse com aulas de xadrez”. Ele: “Eu teria que aumentar muito o preço das aulas pra poder pagar”. Pois é, “Procuradas” não tem nada a ver com a nossa realidade. Mas a Giselle roubando banco também não tem.
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