Geral
D. GRITOS: DISCO TRAUMAS (1990)
Navegantes
Nós mudamos a dimensão daquilo que restou
Da lembrança de um lírio que brilhou
Pra dar ao verde o verde que se acabou
E pelo homem que foi e não voltou
E por nós mesmos, quando ninguém chorou.
E o eco gritado de uma voz
A razão torturada por todos nós
Aqui a esperar.
Se navegamos tanto sem parar
Não é motivo pra desistir
Ficar aqui e não lutar
Se nós lutamos tanto sem ganhar
Não é motivo pra desistir
Esse é um jogo que não pode parar.
E nós chegamos a desvendar todo o mistério
De uma batalha que ninguém vai ganhar
E de uma árvore que nunca vão derrubar.
E se o negro das idéias nos caçar
Nos desculpem mas não vamos nos calar.
E o eco gritado de uma voz
A razão torturada por todos nós
Aqui a esperar.
Se navegamos tanto sem parar
Não é motivo pra desistir
Ficar aqui e não lutar
Se nós lutamos tanto sem ganhar
Não é motivo pra desistir
Esse é um jogo que não pode parar.
Coisas de Palhaço
Lutei...
Até me cansar
Tentei...
Tentei superar meus medos
Como um palhaço
Fácil...
Talvez fosse assim
Sorrir...
Pra ninguém mais
Só pra mim
Até que eu fosse como um guri
Coisas de palhaço, solidão
Árvores caídas no coração
Lágrimas de sangue, anoitecer
Sonhos que não chegam
Pra que eu não possa ver
As marcas no meu rosto
Pedras nas mãos
Uma velha história
Sem nexo, sem razão.
Coisas de palhaço
Cair e se erguer
Calcular tanta besteira
Pra não vencer
Num jogo de mentiras, envenenar
Em seus olhos, eu sabia
Queria se entregar
Coisas de palhaço, solidão.
Pelos Telhados
Andei pelos telhados
De todas aquelas casas vazias
Como um ladrão
Que ainda não sabia o que roubar
Sem entender
Talvez porque quisesse
Que aparecesse alguém
Que me fizesse parar
Assim perguntado por quê
Não havia nada
Nada havia por ali
Não queria nem saber
Só pensar em fugir
Mais nem se quer alguém havia
Para tentar me impedir
Me impedir
Me impedir
Me impedir
Fiquei ali parado
Me esperando o passar
Estava atrasado e não passei
Fiquei ali parado
Me esperando o passar
Estava atrasado e não passei
Pelos telhados eu andei
Como um desesperado
Como um fantasma
E ninguém me viu
Pelos telhados me procurei
Em plena a madrugada
Sem saber que eu estava
Bem ali atrás de mim
Atrás de mim
Atrás de mim
Atrás de mim
Pelos telhados eu andei
Como um desesperado
Como um fantasma
E ninguém me viu
Pelos telhados me procurei
Em plena a madrugada
Sem saber que eu estava
Bem ali atrás de mim
Atrás de mim
Atrás de mim
Atrás de mim
Romance de Abelhas
De onde veio? Pra ficar.
Apareceu pra me pegar, eu sei
Que sou seu escravo agora
E com foi? Não disse nada.
Medo da Verdade
Medo de esconder nossa cara
Medo de disso tudo
Medo de dizer a nós mesmo que não há saída
Procurando em toda parte alguma coisa que nos serva de escudo
A coragem exterminada por nós mesmo jaz perdida
Mais um motivo pra morre e ficar devendo o caixão
Na verdade são apenas as estrelas rolando no céu
Vou comer minhas palavras e defecar essa ilusão
Assistindo de camarote a mentira tira o vel
Na verdade são apenas as estrelas chorando no céu
Chorando ao ver milhões de crianças morrendo ao leu
Na verdade é tão difícil tira um centavo do bolso
Na verdade é tão difícil ser sóbrio e tão fácil fica louco
Tão fácil ficar louco
Tão fácil ficar louco
Tão fácil ficar louco
Tão fácil ficar louco
Mais um motivo pra morre e ficar devendo o caixão
Na verdade são apenas as estrelas chorando no céu
Vou comer minhas palavras e defecar essa ilusão
Assistindo de camarote a mentira tira o vel
Na verdade são apenas as estrelas chorando no céu
Chorando ao ver milhões de crianças morrendo ao leu
Na verdade é tão difícil tira um centavo do bolso
Na verdade é tão difícil ser sóbrio e tão fácil fica louco
Tão fácil ficar louco
Tão fácil ficar louco
Tão fácil ficar louco
Tão fácil ficar louco
Camimhos Cruzados
Os camimhos se cruzam
De cara com o meu destino
Aí é que as coisas mudam
E eu lembro que eu não sou mais menino.
Cresci tentando não sonhar
quanta amargura
Meus olhos tentando não enxergar
Que a mimha loucura foi ficar
Falando pra ninguém ouvir
Tantas besteiras
Quem é que vai sentir?
Meus passos não deixam pegadas
Mimhas luvas não deixam impressão
Os meus planos ainda não dão solução
Pra ela notar que eu quero que ela vá embora
E me deixe em paz com meu pesadelo
Então nossas vidas morrem
E por isso precisamos lutar
Enquanto alguns muitos fogem
Sem ao menos tentar alcançar
Um lugar seguro pra dormir
Encostar a cabeça
Num sentido lógico pra mentir
Dizer que o remédio é sorrir
Chorando pra ninguém ouvir
Por qualquer besteira
Quem é que vai sentir
Meus passos não deixam pegadas
Mimhas luvas não deixam impressão
Os meus planos ainda não dão solução
Pra ela notar que eu quero que ela vá embora
E me deixe em paz com meu pesadelo.
O Pássaro Com Uma Asa Só
Pássaro com asa só
Tendo voar
Não conseguiu
Lutava com que tinha em ser
Gritava com suas lágrimas
Não conseguiu
Como se pedisse ao vento
Me ajude pelo menos a subir
Mesmo que depois eu venha a cair
Seus olhos brilhavam ao ver
Todos os outros lá no céu
E no sorriso molhado de uma lágrima
Sonhava com aquele futuro
Sem o seu
Voar
Até morre
Voar
Até não poder
Nunca mais com seu peso
E desaparecer
Como se pedisse ao vento
Me ajude pelo menos a subir
Mesmo que depois eu venha a cair
Voando
Com uma asa só
Voando
Com uma asa só
A Canção de Um Soldado
Quando eu caminhei de pés descalços
Sobre os espinhos flutuei
Apesar do medo de pisar em falso
Eu nunca duvidei da dor vermelha
Do sangue que eu derramei
Eu não queria ir oh!oh!oh!
Eu não queria ir oh!oh!oh!
Eu queria por minha cara na chuva
Para espantar um pouco essa embriaguez
Eu não queria sonhar com as balas
Que nunca couberam no porta-luvas
Meu bem tentei
Mas você sabe que eu não sei brigar
Você sabe que eu não sei
Nossas vidas têm um sentido
Depois que se morre
Não se corre mais perigo
Para toda dúvida há uma resposta
A resposta de um doido
É outro doido na porta
A resposta de um doido
É outro doido na porta
Quando eu procurei entre os meus passos
Eu juro que não achei
Alguém que me carregasse nos braços
Porém só encontrei a dor vermelha
Do sangue que eu derramei
Eu não queria ir oh!oh!oh!
Eu não queria ir oh!oh!oh!
Eu queria por minha cara na chuva
Para espantar um pouco essa embriaguez
Eu não queria sonhar com as balas
Que nunca couberam no porta-luvas
Meu bem tentei
Mais você sabe que eu não sei brigar
Você sabe que eu não sei brigar
Você sabe que eu não sei brigar
Você sabe que eu não sei brigar
Traumas
Tantos camimhos falsos
Eu passei
No asfalto das desilusões
Eu andei
Todo o meu egoísmo
Eu superei
Com remorso por todas às vezes
Que eu não liguei
Eu não preciso de armas para lutar
As mimhas palavras me ferem mais,
Mas, se a justiça é para me julgar
Se eu estiver errado sou capaz
De saber pedir perdão
E sair da contramão
E saber pedir perdão
E sair da contramão
Eram tantos mistérios quer não tinha fim
Insônia, suplicio, loucura, um destino fatal
Encontro almas cresciam dentro de mim
Eu meu sonhos demônios gritavam
Você não é normal
Eu não preciso de armas para lutar
As mimhas palavras me ferem mais, mais!
Se a justiça é para me julgar
Se eu estiver errado sou capaz
De saber pedir perdão
E sair da contramão
E saber pedir perdão
E sair da contramão
Eu não preciso de armas para lutar
As mimhas palavras me ferem mais, mais!
Se a justiça é para me julgar
Se eu estiver errado sou capaz
De saber pedir perdão
E sair da contramão
E saber pedir perdão
E sair da contramão
O Primeiro Sorriso de Um Atormentado
Meu relógio parou
Já faz muitos dias
Minha vida mudou
Quando eu nasci
Minha praia ficou sem sol
Meu mundo ficou sem luz
Foi então que eu vi
O quanto Jesus sofreu na cruz
Vai, não vai!
Fica aqui
Vai, não vai!
Mais fique perto de mim
Junto às flores que eu plantei
Junto ao jardim
Que eu mesmo destrui
Junto às flores que eu plantei
Junto ao jardim
Que eu mesmo destrui
Meu irmão gritou
Eu esqueci de ouvir
Meu avô morreu
Eu nem se que notei
Os meus pais me jogaram na rua
Porque eu não tinha mesma cor
Me sentia uma piada sem graça
E sempre passava
Onde sempre passei
Vai, não vai!
Fica aqui
Vai , não vai!
Mais fique perto de mim
Junto às flores que eu plantei
Junto ao jardim
Que eu mesmo destrui
Junto às flores que eu plantei
Junto ao jardim
Que eu mesmo destrui
Vai, não vai!
Fica aqui
Vai , não vai!
Mais fique perto de mim
Junto às flores que eu plantei
Junto ao jardim
Que eu mesmo destrui
Junto às flores que eu plantei
Junto ao jardim
Que eu mesmo destrui
O gongo suou
Quando eu tentei reagir
Então foi a nocaute
Eu meu ringue
Derrotado por mim
No sonho feito criança
Sonhado, sonhando sem querer
Foi então que eu vi
O quanto Jesus sofreu na cruz
Então ergui minhas mãos para o céu
E senti os olhos de Deus
E pela primeira vez
Me vi sorrir
Me vi sorrir!
O Barquinho Azul
Era uma vez um barquinho azul
Que não levava ninguém
Nem pro norte nem pro sul
Era uma vez um barquinho azul
Um barquinho azul cheio de merda.
-
Guest Post: Como NÃo Agir Com Uma Menina Que Se Descobre LÉsbica Aos 13
Mais do que excelente, este relato da B. é didático. Parece um manual de tudo que pode ser feito de errado com uma menina de 13 anos: Nunca falei a sério disso com ninguém, nem com as várias psicólogas com quem já passei. Também não sei o que...
-
Guest Post: Minha FamÍlia, Meus Piores Inimigos
O triste relato da L.: Você precisa saber o quanto me ajudou e o quanto sou grata por você. Tenho 22 anos e minha até então jornada aqui não foi fácil, não é apenas drama como algumas pessoas me dizem. Aos 12 anos eu comecei a sentir as...
-
Guest Post: CompaixÃo Pelas Outras, NÃo Por Mim
M. é uma leitora muito querida. Eu só fiquei sabendo de tudo isso quando ela comprou meu livro, e me mandou um resumo da sua história. Aí eu pedi pra ela escrever mais. Há cerca de um mês eu ia escrever um texto sobre minha cirurgia bariátrica....
-
Guest Post: Quero Ser Uma Gordinha Bem Resolvida
Obrigada, Marilia querida, que me enviou este relato e autorizou sua publicação. Eu conheci o seu bog há pouco tempo, e desde então, não consigo parar de ler. Tenho 21 anos, 1,65 de altura e 95 quilos. Sempre fui acima do peso, e, dessa forma,...
-
Sobre o meu apartamento, o que é difícil: -ocupar os espaços. Na casa dos meus pais, por muitos anos, mais de 20, não tinha tevê na sala. tinha uma tevê em cada quarto e ficava cada um na sua. não existia isso de ficar sentado no sofá com a família...
Geral