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DUAS ÓTIMAS NOTÍCIAS PARA DERROTAR O ATRASO
Gente, zero de tempo pra escrever um post hoje (voltei faz pouco do Paraná, e lá foi tudo ótimo), mas só queria compartilhar duas excelentes notícias. Elas não estão relacionadas. Ou melhor, talvez a ligação entre elas é que ambas tenham causado a fúria dos fundamentalistas:
Comissão da Câmara aprova Lei da Palmada. Só mesmo gente muito retrógrada pra defender que pais sigam batendo nos seus filhos, tudo em nome da tradição, da educação, da moral e dos bons costumes. Bater é a prova de que a pessoa não sabe educar. Bater ensina muito sim, é totalmente pedagógico: ensina que violência doméstica é uma boa pra resolver conflitos.
Parabéns a Xuxa, que teve grande participação na aprovação da lei. E é ridículo que continuem usando um filme de ficção (sabe, não é um documentário) que ela fez quando jovem para chamá-la de pedófila.
Estive em Brasília na terça retrasada, e as quatro deputadas federais com quem eu e outras feministas conversamos foram categóricas em dizer: não basta protestar nas ruas, é preciso reunir gente pra protestar no Congresso. Pra pressionar mesmo. Foi o que Xuxa fez, e funcionou.
Governo garante verba para realizar aborto nos casos previstos por lei. Nem dá pra entender direito a gritaria dos fundamentalistas. Afinal, o aborto só continua permitido no Brasil em três casos: interrupção da gravidez em decorrência de estupro, risco de vida para a gestante, e fetos anencéfalos. Abortar depois de engravidar por estupro, por exemplo, está longe de ser uma invenção deste governo -- a lei é de 1940. Mas pergunte pra qualquer mulher que quis fazer um aborto legal como é difícil conseguir realizá-lo.
Com a portaria do Ministério da Saúde, o SUS repassará R$ 443 para cada procedimento (um valor que poderia ser reduzido se o aborto não fosse feito com cirurgia, e sim com um método mais indolor e barato: via remédios como o misoprostol, o conhecido Cytotec, mas os reaças não querem sequer permitir que este medicamento seja pronunciado).
Vários reaças acham que possibilitar o cumprimento de uma lei equivale a legalizar o aborto. Sabe por quê? É aquela velha ideia de que o corpo da mulher deve sempre ser vigiado, e punido. Como a vítima de estupro que engravida e quer ter o direito de não continuar com a gravidez não precisa fazer boletim de ocorrência, os fundamentalistas acham que as mulheres, bichos traiçoeiros que somos, irão mentir pra poder abortar. Ou seja, inventaremos um estupro.
É preciso ter muito pouca fé em metade da humanidade pra pensar que mulher é capaz de mentir sobre estupro, um dos crimes mais hediondos que existem. Mas parece que, em matéria de não ter fé nas mulheres, esses fundamentalistas são campeões.
Vamos derrotar o atraso, gente!
Update: O governo refém do fundamentalismo cristão voltou atrás.
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