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Juros sobem. FMI e rentistas vencem!
Por Altamiro BorgesO Banco Central anunciou na noite desta quarta-feira (28) o aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que passa dos atuais 8,5% para 9% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) representa mais um duro golpe no crescimento da economia brasileira, com efeitos nefastos sobre o emprego e a renda dos trabalhadores, e mais uma vitória dos agiotas financeiros. Foi a quarta alta consecutiva da taxa Selic, após ela permanecer em 7,25% de outubro de 2012 até abril deste ano. Num comunicado lacônico, típico dos rentistas, o Copom afirmou que “essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”.
Na prática, o Banco Central cedeu novamente à violenta pressão dos banqueiros e da mídia venal. Nos últimos dias, como sempre ocorre, a barulheira sobre o risco da explosão da inflação foi ensurdecedora, apesar dos indicadores de preços apontarem no sentido oposto. Os jornalões publicaram editoriais pregando o arrocho monetário. A Folha desta quarta-feira justificou a medida amarga com o fantasma de que a “desvalorização abrupta do real diante do dólar” resultará em um novo surto inflacionário. A mídia rentista sempre inventa uma desculpa para exigir mais juros. Os “analistas do mercado”, nome fictício dos serviçais dos banqueiros que lotam as redes de tevê, também bateram bumbo pela alta da Selic.
Até o Fundo Monetário Internacional (FMI), que não tem moral para dar pitacos sobre o tema - tanto que recentemente confessou a culpa pelo colapso das economias da Europa que adotaram as suas receitas de “austeridade” – entrou em cena. Num relatório divulgado nesta quarta-feira – não é por mera coincidência -, ele “recomendou” uma nova elevação dos juros. “Uma política monetária mais apertada ajudaria a conter pressões mais persistentes de alta de preços”, destaca o documento. O FMI ainda aconselhou os bancos públicos a reduzirem o ritmo de concessão de crédito e sugeriu maior aperto fiscal, com a elevação do chamado superávit primário – nome fictício da reserva de caixa dos banqueiros.
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