Amor Sublime Amor (West Side Story, 1961) – o número “America” já vale o filme porque, além de uma coreografia incrível, trata-se de uma canção subversiva. O casal de protagonistas não convence (embora eu goste da Natalie Wood cantando “I Feel Pretty”, que foi parodiada de um modo fofinho na única cena que se salva em Tratamento de Choque), mas os coadjuvantes carregam a história. E coreografar um estupro não é pra qualquer um.
Cabaret (1972), de Bob Fosse – você deve ter notado como eu não consigo tratar de nenhum musical sem mencionar Cabaret. É o parâmetro de qualidade. Mesmo que todos os números musicais no filme não fossem absolutamente perfeitos, ainda teríamos um excelente documentário sobre a ascensão do nazismo na Alemanha (veja esta cena de dois minutos e me diga se ela não é mais eloquente que muitos tratados sobre o tema), e quiçá a primeira produção mainstream a ter um personagem gay (ou bi) que não seja ridicularizado.
Cantando na Chuva (Singing in the Rain, 1952), de Stanley Donen e Gene Kelly – outro parâmetro. Não preciso mais falar como amo esse filme.
Chigago (2002) – pode não estar no mesmo patamar dos outros filmes aqui, mas ainda assim é respeitável, principalmente pela presença da Catherine Zeta Jones e da Queen Latifah. Não me canso de ver algumas partes.
Os Embalos de Sábado à Noite (Saturday Night Fever, 1977), de John Badham – na real, é mais drama que musical. Mas como tem vários números de dança e o filme é lembrado mesmo pela trilha sonora dos Bees Gees e pelo John Travolta andando pelas ruas de Nova York (todo mundo devia andar com aquela auto-confiança!), pus aqui. Bom, pra mim foi um filme marcante. Eu tinha dez anos quando foi lançado, nova demais pra frequentar as discotecas que invadiram o Brasil por causa da novela Dancing Days. Aí eu ia nas matinês. Minha preferida se chamava Banana Power. E eu fazia sessões de dança lá em casa pros meus amiguinhos. Ia todo mundo lá e a gente ficava imitando os movimentos do Travolta em Embalos e Grease. Eu também lembro que uma vez preparei um clima de terror pruma amiga. A trilha sonora era “Night on Disco Mountain”, de Embalos.
Grease (1978), de Randal Kleiser – não importa que os adolescentes do filme pareçam ter mais de 30 anos, ou que a trama seja bobinha que só ela. Tá cheio de música boa. É o filme que fez a Stockard Channing ter um lugar reservado no meu coração. As coreografias são menos felizes, mas, ainda assim, dá vontade de imitá-las. Aliás, tenho uma idéia fantástica pra uma nova modalidade de ginástica: imitação de coreografias consagradas. A gente fica vendo o filme em pé e tentando dançar como o Gene Kelly ou o Travolta. Eu fiz isso com meu amiguinho de 9 anos e saiu uma caca, mas pelo menos a gente morreu de rir e deve ter perdido muitas calorias. O que mais uma academia de ginástica pode querer? Pode copiar que eu não cobro royalties.