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VETERANA DA AGRONOMIA DEFENDE O TROTE
Brincadeira do "elefantinho" na Agronomia da UnB Uma aluna do curso de Agronomia da UnB deixou um comentário no post em que critico o trote em geral e, em particular a "brincadeira" da linguiça lambuzada com leite condensado que as calouras puseram na boca. Não quero dizer mais nada. Não mudei uma vírgula do texto, e vou colocar apenas algumas fotos do trote pra ilustrar. Não quero interferir na recepção do texto por enquanto. Mas, por favor, comentem.Bem, eu sou veterana dessa Agronomia que a mídia tanto ama. O Grande problema é que nós não temos chance de nos defender. Toda vez que um repórter vem falar conosco, eles editam o que falamos simplesmente para agradar ao público.Citaram nos seus comentários o nosso trote com os porcos, na época da gripe A. Nosso intuito foi realizar uma brincadeira a respeito da redução do consumo de carne suína por causa do nome ridículo que deram para a doença. Diversos produtores estavam quebrando. É claro que foi um erro levar um animal barulhento daquele para a universidade, mas enfim, a gente erra e aprende. Se me perguntam o que faríamos com eles eu respondo: "eles eram de uma fazenda de um veterano meu, se ele quisesse fazer um churrasco com os porcos, faríamos."Nós já tivemos o nosso Centro Acadêmico fechado por causa de um calouro que bebeu demais e mentiu para o pai dizendo que nunca havia bebido e que nós o obrigamos a beber. O que ele não disse para o papai foi que sempre ia com a galera para o bar e que vivia bêbado nas Happy Hours.A questão deste último trote é um pouco mais complicada. A brincadeira que gerou tanta polêmica é realizada há 4 anos, mais ou menos. Eu me pergunto porque que só hoje isso virou esse circo. Não é a questão da tradição do trote que fez as calouras participarem, e sim que num momento de descontração elas sentiram vontade de participar. No meu semestre, tínhamos que pegar, com a boca, uma cenoura do meio das pernas do colega. Na ocasião, de 14 mulheres, só 3 quiseram participar. Nesse último trote, inclusive um dos nossos colegas de curso, homossexual assumido, também participou da brincadeira por vontade própria, afinal, ele já é veterano no curso.O que eu quero dizer é que a maldade está realmente partindo do lado de fora do acontecido. Como um outro comentário que o seu texto teve, onde o cara disse que ficava se perguntando o que as calouras ouviam durante a brincadeira. Eu respondo: nada. O pesoal grita "próxima" e próxima caloura se aproxima e o cântico geral é "uba, uba, uba, ê..." Aquela música da piscina do Gugu, se lembram? E tudo acaba ali. Não há comentários posteriores, não existe nenhum tipo de ação para subjulgar as meninas. Afinal, mulher no meu curso é raro, nós somos muito bem tratadas.Sinceramente, nós achamos muito divertido tudo isso. Cada semestre nós ganhamos algum título. Já fomos "torturadores de animais silvestres" (estavam se referindo aos porcos), "ditadores do coma alcoólico", "homofóbicos" e agora, "sexistas".Enfim...Agora eu pergunto para você, Lola:se o meu presidente estivesse vestido de Presidente Lula, você falaria algo? Vestimos alguns dos nossos veteranos de mulher para rebater às críticas de homofobia que recebemos. A Presidente é uma figura pública, e assim sendo é alvo de diversas brincadeiras. Porque nós não podemos?Quer dizer, todos podem fazer o que bem entendem, menos a gente. Quer um exemplo? No Programa da Eliana, existe uma prova em que as mulheres tem que pegar, com a boca, notas, simulando o nosso dinheiro, do corpo de um cara de sunga. Os homossexuais podem fazer o barulho que quiserem, atrapalhando o que bem entenderem, para defender a causa deles (isso aconteceu na UnB, um protesto conta a homofobia, que atrapalhou diversas aulas, inclusive uma minha). Os professores podem fazer uma passeata protestando contra qualquer coisa. Mas nós não podemos nos pronunciar, nós não podemos ser contra nada.Sei que fugi um pouco do assunto, mas é revoltante que todos digam que nós somos preconceituosos, quando nós somos alvo de críticas o tempo todo.Não é sendo vitimista, é desabafando algo que recai sobre os nossos ombros há tanto tempo.Obrigada pelo espaço.
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