COMECE BEM A FACULDADE
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COMECE BEM A FACULDADE


Continuando a seção de perguntas e respostas que quero ressuscitar (porque vocês mandam tantas perguntas por email, e tantas delas são interessantes, e eu não tenho tempo pra responder), respondo à pergunta de uma leitora muito simpática, a Letícia. Antes, o email dela:

Olá, Lola! Há algum tempo escrevi um e-mail que você publicou como "cafuné na Lolinha", e devo dizer o quão feliz fiquei com a oportunidade de ter minhas palavras no seu blog!
Devo dizer que apesar de não muito frequente nos comentários, continuo acompanhando seu blog fielmente, e, por esse motivo, queria te contar uma coisa: Por meio do Pró-Uni, consegui uma bolsa integral na PUC de Campinas, e adivinhe o curso que escolhi.... LETRAS!
Você deve estar se perguntando por que exatamente estou te contando isso, mas eu já exp
lico: sempre gostei de inglês, e ver você, doutora em literatura inglesa, tão apaixonada pela língua, me inspirou bastante no processo de escolha. Além disso, gostaria de te pedir alguns conselhos, como o que esperar de uma universidade imensa (ainda mais eu, que sempre estudei em escola pública pequena), o que posso fazer para começar com o pé direito, enfim... O que você achar que me ajudará nesse momento de transição que eu considero tão difícil, apesar de essencial.
Obrigada mais uma vez, Lolinha...

Minha resposta, que de repente pode servir pra outr@s alun@s na mesma situação:
Que legal, querida! Parabéns por conseguir bolsa! E sinto-me muito honrada por vc ter escolhido Letras!
Olha, não sei bem que conselhos eu posso te dar. Quando eu era novinha e fazia faculdade (fiz metade de Propaganda quando eu tinha 19 anos e morava em SP e era redatora publicitária), eu fui péssima aluna. Acho que eu estava saturada de estudar no ensino médio, e levei a faculdade nas coxas, até largar. Por favor, faça o que quiser, mas NÃO siga meus passos! Faculdade é pra ir até o fim. Pode até mudar de curso (deve, se não gostar), mas agora que entrou, tem que sair com um diploma de qualquer jeito. E de preferência em 4 ou 5 anos, certo? A outra faculdade que eu fiz (Pedagogia, já em Joinville), depois dos 30, eu fiz só pra poder seguir pro mestrado. E não acho isso bom, fazer faculdade pelo diploma. Aproveite sua graduação!
Hoje em dia, tem cada vez mais gente terminando a graduação e indo direto pro mestrado, e depois pro doutorado. Isso é possível. E é uma realidade pra muitos jovens. Pra gente que é de Letras, e que vai provavelmente trabalhar no meio acadêmico, é algo pra se pensar mesmo. Olha só, vc pode se tornar doutora com 30 anos. E aí conseguir um bom emprego numa faculdade, ganhando um bom salário... É uma possibilidade.
Claro, um passo de cada vez. O importante é vc estudar. Quando vc tiver que ler algo pra uma aula, LEIA. Se tiver que escrever, escreva. Se tiver que preparar algo pra apresentar, prepare. Faça tudo que te pedem. E faça mais. Leia muito, por conta própria. Leia o que te interessar. Vá adquirindo uma bagagem. Participe das aulas, faça perguntas, dê seus comentários. Professor@s ADORAM alun@s participativos. Eu, pelo menos, amo. E questionadores também. Portanto, não tenha vergonha, não seja tímida, fale mesmo. Claro, sem ser cri-cri. Seja uma pessoa legal, bem humorada, articulada, que vc fará muito sucesso entre suas/seus colegas e entre o corpo docente.
Não se diminua. Não se sinta inferior. É bem comum entrar numa faculdade (e depois num mestrado, e depois num doutorado) achando que todo mundo é um gênio, menos vc. A maior parte é gente absolutamente na média, que tem esses mesmos pensamentos que vc. Mesmo o pessoal arrogante só está sendo arrogante pra disfarçar sua insegurança.
Lógico que haverá disciplinas que serão muito mais fáceis, e outras mais difíceis. Faça o possível pra superar as difíceis, e brilhe nas fáceis.
Em vez de competir, coopere. Tem lugar pra todo mundo.
Evite ao máximo faltar às aulas.
Seja idealista. Queira mudar o mundo. Se você não quiser isso quando é jovem e tá cheia de energia, vai querer quando?
Faça contato com alun@s de outras áreas também, e até de outras universidades. Enfim, seja acessível. Faça parte do seu Centro Acadêmico, participe da política, seja representante de turma. Se houver grupos feministas ou quaisquer outros que sejam do seu interesse, entre neles. Se não houver, comece um!
Não tenha medo. Lembre-se que, apesar do ensino superior ser um desafio, é também um privilégio. Ainda existem poucos brasileiros com nível superior. E poucos jovens que estão na universidade. As universidades desejam formar alunos. Ninguém quer que o aluno desista, o que infelizmente é muito comum. A maior parte dos professor@s quer ajudar.
Bom, acho que só falei o óbvio. Ou pelo menos descrevi o tipo de estudante com quem eu gosto de conviver, e o tipo de estudante que só consegui ser a partir do mestrado.E não seja uma besta capitalista como o Manolito, tadinho. Seja Mafalda!




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