CRÍTICA: A ÚLTIMA PROFECIA / Profecias do homem-mariposa
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CRÍTICA: A ÚLTIMA PROFECIA / Profecias do homem-mariposa


Aqui em Ville, Ville estreou um monte de preciosidades. Tem "Tempo de Recomeçar", que desisti de ver após ter de ler três sinopses pra descobrir que é sobre um arquiteto com câncer; tem a refilmagem de "Rollerball", que dispensa comentários; e tem "Códigos de Guerra", que eu tava louca pra assistir, mas, depois de ver o trailer e as caretas que o Nicolas Cage faz, marquei uma consulta no dentista, onde me divertirei mais. Por favor, corra ao cinema, assista aos três filmes e me diga se perdi alguma coisa. Em troca, te conto tudo sobre "A Última Profecia".

Só não entendi a "última" do título. Em inglês, o filme se chama "The Mothman Prophecies", ou "As Profecias do Homem-Mariposa", e compreendo que, se a distribuidora mantivesse esse nome no Brasil, teria poucos espectadores. Antes houve o "Mistério da Libélula", com o Kevin Costner. Não sei se Hollywood soltou a franga ou se eu que tenho preconceito contra insetos enormes, mas o que vem a seguir, o Keanu Reeves em "O Segredo da Borboleta Enclausurada"?! Opa, desculpa, rewind, tá parecendo que não gostei de "Profecias do Mofo-Man". Juro que gostei.

O thriller sobrenatural começa com o Richard Gere visitando uma casa à venda com a mulher. A gente sabe que eles são felizes porque quase fazem amor no closet (aqui no meu lar doce lar não tem closet). Na volta, a sortuda esposa do Rich tem uma visão com um Homem-Mariposa, bate o carro e é diagnosticada com tumor no cérebro. Ela morre, Rich se abate, passam-se dois anos e ele, sem querer, chega numa cidade chamada Point Pleasant. De "Ponto Agradável" a vila não tem nada: vários habitantes relatam seus encontros com um ser alado e grandão, as pessoas sangram pelos olhos, essas anomalias. Pessoalmente, me identifiquei com a trama porque sei como essa gente se sente: às vezes, o ralo da pia também fala comigo.

Na cidadezinha, o Rich conhece a policial Laura Linney, que já fez parceria com ele em "As Duas Faces de um Crime". Ela tem um pesadelo em que alguém lhe diz "Acorde, número 37", mas nem desconfia do significado. Dá pra notar que os americanos ainda não descobriram o Jogo do Bicho. Um outro sujeito se mete a prever catástrofes, e alguém com voz grossa e elétrica liga pro Rich e, pra provar que não é deste mundo, desanda a narrar fatos íntimos do nosso atormentado herói. Fiquei imaginando um grande segredo que alguém teria de falar pra provar que me conhece. Minha vida é tão livro aberto que só se me revelassem quanto estou pesando no momento. É um mistério pra mim também.

"Profecia" carrega um ar de "Arquivo X" e, apesar de não assustar, cativa. Lembra do "Acredite... Se quiser?". Tava aguardando a voz do Jack Palance surgir no final. Só que eles não me enganam colocando a legenda "baseado em fatos reais". Na verdade, até senti um friozinho na espinha no fim. Não tenho certeza se foi devido ao filme ou ao quinto chute que uma turma de pré-adolescentes atrás de mim desferiu na minha cadeira. Refleti sobre se creio ou não em Homens-Mariposas, mas cheguei à conclusão que não ao encarar os teens, gritar "Pega, Mariposa! Mata eles!", e nada acontecer.

Bom, eu tinha classificado o filme como "legalzinho", mas daí o maridão, inspirado pelo título original, começou a narrar a história de "Mothra contra Godzilla", em que uma mariposa gigante destrói os EUA. Quando ele cantou "Motsuraia! Motsuraia!", eu tive que interromper: "Amor, acabo de promover 'A Última Profecia' a super legal". Motsuraia pra ti também, seja lá o que isso quer dizer.





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