INACREDITÁVEL: UNIBAN EXPULSA ALUNA
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INACREDITÁVEL: UNIBAN EXPULSA ALUNA


Realmente não dá pra acreditar que a Uniban, após abrir sindicância interna e avaliar aquela histeria coletiva que tomou os corredores da universidade particular de São Bernardo do Campo no final de outubro, decidiu punir a aluna. A Uniban publicou anúncios em jornais paulistas de domingo (que já circulam no sábado) com o título “A educação se faz com atitude e não com complacência”. Insistiu que Geisy já havia ido com roupas inadequadas em outras ocasiões e advertida. Decidiu suspender alguns alunos envolvidos, mas o tom é definitivamente de indignação moral contra a vítima, que teve que ser escoltada pela polícia após quase ser linchada. A Uniban justifica que “a atitude provocativa da aluna resultou numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar”. Ah, era isso que a turba enraivecida gritando “Puta! Puta!” estava fazendo? Defendendo o ambiente escolar? Obrigada por avisar, porque senão ninguém saberia.
O episódio inicial, captado por várias câmeras de celular, já pegou mal pacas pra Uniban e seus alunos. Depois, houve o vexame adicional de alguns estudantes colocarem nariz de palhaço para protestar contra o retorno de Geisy à faculdade (marcada para o início de novembro; ela, orientada por advogados, acabou não indo). Sério, nem precisava de nariz postiço, precisava? Ao invés de fazer um mea culpa geral, uma reflexão sobre seu comportamento, os alunos estavam preparados para um novo linchamento, caso Geisy aparecesse. E agora essa da faculdade expulsá-la. Pior ainda: a Uniban critica a mídia (imagino que inclua os blogs, que desta vez pautaram os grandes jornais), que deveria ter usado a oportunidade para fazer um debate “sério e equilibrado” sobre “ética, juventude e universidade” (segundo o Estadão; dá pra ler o anúncio aqui). Pois é, a Uniban e seus alunos certamente entendem de coisas sérias e equilibradas.
A julgar pelo que li nos comentários de blogs, a maior parte do que a gente pode chamar de opinião pública achou a história inaceitável. Esta semana, um popular blog português linkou um dos meus posts sobre o assunto, e nossos vizinhos do além mar tampouco podem crer no que houve. Até o Reinaldo Azevedo, um notório direitista machista, se posicionou contra a turba e a favor da aluna. Claro que, tio Rei sendo quem é, acrescentou que a pobre moça pertence à camada social mais discriminada atualmente: a de mulher branca, loira e hétero (se fosse negra ou lésbica, segundo ele, Geisy estaria sendo defendida por... bem, por todo mundo que a está defendendo de qualquer jeito). Ah, e essa aposto como vocês não sabiam: a culpa desse escândalo todo é do Lula. Não, juro. Tio Rei disse isso (quiçá não diretamente). Que, apesar d'ele (tio Rei) ser contra as universidades públicas, ele também não é a favor que tantas particulares sejam abertas assim, sem critério nenhum. É difícil entender a direita: ela não quer interferência do Estado pra nada, mas, quando alguma coisa dá errado, a culpa é do Estado que não interferiu? Sim, pro tio Rei a culpa é do Lula. Ele dá a prova definitiva: o dono da Uniban foi candidato a vice-governador na chapa do Maluf, em 2000? O quê, vocês não veem conexão? Ué, como hoje o partido de Maluf apoia o governo Lula, a Uniban é praticamente uma universidade federal. Entenderam? É, eu também desisti. Ah, como a imaginação do tio Rei é fértil, ele mostra por A mais B que a Uniban realmente é petista e de péssima qualidade. Sabem como? Porque Vicentinho e Luiz Marinho, ex-líderes da CUT, se formaram lá (provavelmente porque não havia alguma universidade pública no ABC antes do Lula inaugurar lá uma das doze que abriu durante o seu governo).
Mas olha, se até pessoas com pensamentos tão díspares como eu e tio Rei concordamos em alguns quesitos básicos (que a reação da manada foi descabida, que não haveria roupa que justificasse aquela reação), é porque o negócio tá brabo mesmo. E, ainda assim, a Uniban decidiu peitar a opinião pública. Por quê? Imagino que uma universidade particular não cometa suicídio comercial à toa. Ela deve ter feito uma pesquisa interna com os alunos, e a maior parte, imagino, foi contra Geisy. Ou a Uniban decidiu lançar uma nova campanha publicitária para atrair alunos que se preocupam exclusivamente com a moral e os bons costumes. De repente funciona e toda a sede do TFP (Tradição, Família e Propriedade) se muda pra lá.




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