Mas, enquanto não me torno uma vagal completa, faz mais de uma década que anoto tudo que ganho e tudo que gasto. E faz uns dois anos, notei que eu e o maridão estávamos gastando demais nos supermercados. Em Joinville, o maridão costumava passar em algum supermercado quase que diariamente, e sempre comprava pouquinha coisa. No final do mês, estávamos gastando uns 600 reais em compras. Pra duas pessoas. Sem cometer exageros nem nada. Ou seja, um absurdo total. Então eu falei pro maridão: isso não pode continuar, não podemos gastar mais que 400 por mês nisso, e já é muito. Decidi quebrar o valor pra cada semana. Não poderíamos gastar mais que cem reais entre todas as nossas compras (incluindo supermercado, frutaria, padaria, açougue, tudo). E isso de passar no super todo dia? Finito. Nunca mais. Agora iríamos passar a ir a uns dois supermercados por semana, mais uma frutaria pertinho de casa, e só. E, com tão poucas compras, nem precisaríamos anotar os gastos a cada ida. Bastava guardar o valor mentalmente, e só anotá-lo a cada semana. Se gastássemos mais que cem numa semana, na semana seguinte teríamos que gastar menos. No começo foi mais difícil, depois nos acostumamos. Nos sete meses de 2007 que vivemos no Brasil, nossa média por mês em super ficou em 330 reais por semana. Quase a metade de antes. E não é que a gente deixou de comprar alguma coisa, ou em menor quantidade.
Daí, quando chegamos aos EUA, planejei gastar uns 400 dólares por mês em super. Sabia que não dava pra converter real em dólar. Que praticamente tudo que custa um real no Brasil custa um dólar nos States, independente da taxa de conversão. No primeiro mês gastamos muito mesmo, porque tinha a mudança e tal. Foram 389 dólares. Mas depois vimos o valor baixar mês a mês. No total, gastamos cerca de US$ 2.750 em supermercados durante nosso ano de estada nos EUA. Uma média de 230 dólares por mês. Se pensarmos em reais, daria uns 370 por mês, não tão distante do que gastávamos no Brasil. O que compramos aqui [nos EUA] é diferente, porém. O maridão come muito menos frutas do que comia no Brasil. Ainda come frutas diariamente, só que em quantidade bem menor. No primeiro semestre, comprávamos sorvete e fudge (uma espécie de cobertura), uma delícia, mas altamente engordativo. Paramos. No Brasil a gente comia muito mais frango. Aqui o frango é meio esquisito, mais ossudo, e como nunca soube que parte comprar direito, parei. A única carne que comemos é moída de porco, que é também a mais barata (entre US$ 1 e 1,20 o pound, ou meio quilo). De vez em quando compramos costelinhas de porco para um assado. Comemos muito penne ao alho e óleo e queijo. Na realidade, estamos enjoando totalmente dessa comida. Mas ela é rapidíssima de fazer, e é barata.
E descobrimos algo muito interessante. Passamos oito ou nove dos nossos doze meses indo a dois supermercados, como íamos em Joinville. Aqui era necessário, já que não temos carro e vamos andando, e os supers são longe de onde moramos; por isso, não dá pra fazer uma compra semanal em apenas uma viagem. Mas, depois que fomos praticamente expulsos de um dos supermercados, estamos indo a apenas um. Ainda são duas viagens por semana, só que nossos gastos caíram uns 10%. Acho que, indo a dois mercados diferentes, a gente acaba comprando o que tá em promoção em cada um, e muitas vezes são coisas que não precisamos, e que só adquirimos porque estão em promoção. Não vale a pena.