A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) garantindo a aplicabilidade da Lei do Ficha Limpa para as eleições deste ano, significou um avanço no sentido de banir do cenário eleitoral os políticos que administraram ou administram de forma danosa o erário público.
Infelizmente a Lei foi alterada em seu texto original, por parlamentares que se preocuparam mais em legislar em causa própria do que a atender ao um pedido da sociedade. O movimento popular pela aprovação da Lei do Ficha Limpa espalhou-se em todo o território nacional, levando o debate em torno do combate a corrupção, algo só visto no ?Fora Collor?.
Segundo dados de órgãos internacionais, o Brasil é um dos países em que se verifica o maior número de episódios comprovados de corrupção, isso nos leva a crê que os nossos políticos confundem, em muitos casos, o público com o privado. Então estaria ai origem de todo o mal? Será que construir uma cascata fabulosa, um castelo ou o usar dinheiro público em passeios familiares e em farras em motéis, não seriam formas de usar ?o público? para fins particulares?
Na verdade a criatividade dos nossos políticos é algo digno de filmes ?hollywoodianos?, já se escondeu dinheiro em cueca e em meias, até apostas em jogos da loteria federal foram usados como forma de lavar dinheiro de origem ilícita. Sendo assim concluirmos que a Lei do Ficha Limpa logo será ultrapassada, que novos métodos pra se desviar verbas públicas serão criados, e que novamente a população irá se manifestar de forma veemente para que a guerra de combate à corrupção não seja em vão.
O problema não é só o fato de que as leis no Brasil não são cumpridas pelas elites e pelos políticos, o grande desafio está no fato de que a nossa população ainda não aprendeu a votar, isso se comprova quando verificamos que Paulo Maluf, Jáder Barbalho, Fernando Collor e tantos outros envolvidos em escândalos de corrupção, ainda coseguem se eleger e se mantém no topo da elite política, ou seja, a Lei é dura, mas o voto não!
Paulo César, professor especialista em História Geral